Trindade:
Mistério Revelado, Mas Não Explicado.
Olá, amigos e irmãos
***O tema da Divindade já há muito tem sido tema
grandemente debatido entre os estudiosos da Bíblia e, ao que parece, vem
recebendo renovada atenção no meio adventista. Infelizmente, não parece haver
uma busca de crescer "na graça e conhecimento de Nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo" e sim de reverter à compreensão do tema por alguns pioneiros
adventistas, como se a verdade se limitasse ao nível de conhecimento e
compreensão daqueles sinceros homens, porém de modo algum infalíveis e
conhecedores profundos de Teologia.
Praticamente nenhum de nosso pioneiros tinha
formação acadêmica na área teológica e não conheciam línguas originais.
Cometeram enganos, como a crença da "Porta Fechada", ou seja, que a
porta da graça havia se fechado para quem não pertencera ao grupo que passou
pela experiência de 1844, o que se manteve por quase uma década.
Outros pontos de sua compreensão bíblica tiveram
que se corrigidas com o passar do tempo, o que é muito natural no campo da
pesquisa e conhecimento.
Assim, o fato de que alguns deles negavam a
Trindade e Divindade de Cristo e do Espírito Santo de modo algum deve servir
como "norma" da boa teologia.
Oferecemos abaixo e dividido em vários segmentos o
capítulo 7 de nosso livro O
Desafio da Torre de Vigia que trata sobre a Divindade. Não
pretendemos ter todas as respostas a este assunto, mas cremos que haverá
subsídios úteis para aprofundamento da questão.
Deve-se observar que a linguagem desse capítulo tem
que ver com os ensinamentos das chamadas "testemunhas de Jeová", daí
a referência constante às mesmas e a sua literatura (quando nenhum autor é
indicado).***
ENTENDENDO A DIVINDADE
I - Mistério
Revelado, Mas Não Explicado
- Introdução:
A Bíblia não oferece uma exposição didática, sistemática, sobre a natureza da
divindade, como Paulo faz com o tema da “justificação pela fé” em Romanos,
Gálatas, Efésios, por exemplo. Assim, este tema é profundo e a própria Bíblia
fala que nossa mente limitada não pode entender tudo sobre Deus e Seus modos de
agir, como reconhecem as próprias “testemunhas” em A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, págs. 181 e 21 (ver abaixo,
Obs. 2.A).
Antes da análise dessa importante questão da
Divindade, deve-se levar em conta o seguinte: As “testemunhas” são induzidas a
crer que os cristãos em geral admitam uma Divindade constituída, seja de três
deuses, ou de um deus com três cabeças, enfim, numa concepção sobre a Divindade
deturpada e longe da realidade. É mister, pois, esclarecer que não se trata de
nada disso. Os cristãos admitem um só Deus, criador e mantenedor do Universo:
[Empregar a Tradução Novo Mundo (doravante referida como T.N.M.) para os versos
seguintes]--Isa. 44:24, 6 e 14 (“não há outro”); o único Criador: Isa. 44:24 e 45:18) o único Salvador: Isa. 43:11, 45:21; o Deus verdadeiro que não compartilha Sua
glória com nenhum outro: Isa. 42:8; 48:11; o “primeiro”e “último”: Isa. 44:6; a única Rocha: Isa. 44:8, Sal. 92:15.
- Em suma, Jeová é o ÚNICO Deus verdadeiro, o único
CRIADOR, o único SALVADOR, exclusivo em Sua GLÓRIA, o único ‘PRIMEIRO’ e
‘ÚLTIMO’ e a única ROCHA. Contudo. . .
- A Bíblia também apresenta a Cristo como Deus ,
como Criador, como único Salvador, como o que compartilhava a glória de Seu
Pai, e o que é o “Primeiro” e o “Último”, como a “Rocha”, segundo analisado
amplamente neste estudo.
1. A palavra “Trindade” não consta da Bíblia, assim
como dela não constam outros termos teológicos tais como “teocracia”, “classe
ungida”, “milênio”, “ascensão”, “servo de congregação”, etc.
Obs.: O que interessa são os fatos. As palavras técnicas que os definem são
secundárias.
2. A própria Bíblia diz que “Deus é misterioso”, ou
o “Deus que se oculta”. Isa. 45:15.
A) Ele está muito além de nossa finita compreensão:
Rom. 11:33 e 34.
Obs.: Confirma-o o livro A
Verdade Que Conduz à Vida Eterna, pág. 181: “É verdade que nenhum de nós
sabe tudo sobre Jeová e seus modos de agir. Ele é tão grandioso que os homens
aprenderão sempre coisas novas a seu respeito”. E na pág. 21, a mesma obra
acrescenta: “É verdade que pode haver ocasiões em que nós, como humanos de
limitado conhecimento e experiência, não sabemos avaliar plenamente por que
certa lei declarada por Deus é tão importante ou como resultará para o nosso
bem”.
B) Deus Se oculta (Isa. 45:15) e Se revelaria mais
plenamente na consecução do plano de salvação mediante Cristo, perfeita
revelação do Deus de amor: Heb. 1:1-3; João 1:18.
Obs.: a) O conhecimento do verdadeiro caráter de Deus como um Deus de amor foi
revelado progressivamente por Cristo e Seus apóstolos no Novo Testamento.
b) A doutrina da ressurreição é também exposta de modo mais detalhado no Novo
Testamento (I Cor. 15; II Tess. 4, etc.), embora o Velho Testamento traga
noções do tema.
c) O Deus que Se afastou, ou ocultou, desde Adão até João Batista, revela-Se
agora no Filho Unigênito. João 1:18.
C) CONCLUSÃO: Se não entendemos tantas coisas sobre
Deus, Suas leis e Seu modo de agir, como pretenderemos entender tudo sobre Sua
natureza divina?
3. Na Bíblia há outros “mistérios”, fatos além de
nossa limitada compreensão:
A) O “mistério da iniqüidade”: II Tess. 2:7.
Obs.: Como entender que num ambiente de perfeição absoluta, Lúcifer haja
permitido que a semente do mal brotasse em seu coração?
B) O “mistério da piedade”: Rom. 16:15.
Obs.: A profundidade insondável do amor de Deus que “amou o mundo de tal maneira”. João 3:16.
C) Paulo fala do “mistério da Sua vontade”: Efés.
1:9, 10 e 3:3-9.
Obs.: a) Pode-se dizer que a doutrina da Trindade é um “mistério revelado”, mas
não um “mistério decifrado”.
b) Só o Espírito de Deus sabe as coisas íntimas de Deus: I Cor.: 2:11.
c) Declara o autor Sabatini Lalli, do livro O Logos Eterno: “Ao homem impotente e finito, cabe aceitar o
mistério e dizer com o salmista: ‘Tal conhecimento é maravilhoso demais para
mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir’”.--Sal. 139:6.
II - Três
Deuses ou Três Pessoas Divinas?
1. Os crentes trinitarianos não adotam a noção de
existência de três deuses, ou de um Deus com três cabeças, etc. Crêem, antes,
em que três personalidades co-eternas e co-iguais formam uma só Divindade.
Obs.: Pode-se ilustrar com a maneira em que se divide o governo: Legislativo,
Executivo e Judiciário. São três poderes distintos, constituindo, porém, um só
governo. Outras ilustrações: os dois que formam um (Gên. 2:24); a água, o vapor
e o gelo; a união entre os crentes que formam um só corpo: João 17:21; I Tess.
5:23-o homem, composto de corpo, alma e espírito, mas uma só pessoa.
2. O termo “pessoa”, que confunde alguns, é usado
em sentido analógico. Trata-se de mera comparação, um pobre recurso humano na
tentativa de expressar coisas divinas.
Obs.: Falar do Pai, Filho e Espírito Santo como “pessoas” é um recurso
didático. Revela a dificuldade em utilizar o pobre vocabulário humano para
referir-se às coisas do Alto.
3. Existentes desde a eternidade:
A) O Pai: Dan. 7:9 (“Ancião de Dias”).
B) O Filho: Miq. 5:2; Isa. 9:6.
Obs.: Diz o livro A Verdade que
Conduz à Vida Eterna, pág. 19, que Deus é “‘de eternidade em
eternidade’, significando que não teve princípio nem terá fim.-I Tim. 1:17;
Sal. 90:2”. Mas a mesma palavra hebraica para eternidade em Sal. 90:2 é usada em Miq. 5:2 que se refere
ao Filho.
C) CONCLUSÃO: A própria “Sociedade” fornece as provas de que o Filho não teve
princípio nem terá fim (ver ainda Isa. 9:6).
4. Separados, mas unidos:
A) Mat. 3:16, 17: Jesus, o Espírito e a voz do Pai.
B) João 14:26: “O Espírito Santo a quem o Pai
enviará em Meu nome”.
C) Atos 7:55, 56: “Estando cheio do Espírito Santo
. . . viu a Jesus em pé, à mão direita de Deus”.
Obs.: a) A Trindade não representa uma multiplicidade de deuses, mas uma
Divindade constituída por três personalidades distintas.
b) Há perfeita harmonia entre as três pessoas divinas: Mat. 28:19; II Cor.
13:13; I Ped. 1:2.
c) A própria “Sociedade”, embora negando a Trindade, batiza os seus membros “em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.-
D) Três unidos na Criação: Efé. 3:9; Gên. 1:2 (“O
Espírito de Deus movia-Se sobre as águas”) e Heb. 1:8-10 (cf. João 1:3).
Obs.: a) No relato da Criação, é empregada a palavra “Elohim”com referência a Deus na maior parte das vezes. Esta é
uma palavra que indica o plural.
b) Deus e Cristo referem-se a Si próprios no plural: Gên. 1:26; 3:22; 11:6, 7;
João 3:11; Mat. 3:15.
c) Gên. 3:22 é significativo, pois o homem tornou-se “como um de nós”
conhecendo o bem e o mal. Também Gên. 11:6, 7, onde “Jeová disse . . . vamos!
Desçamos e confundamos o seu idioma”. T.N.M.
E) O trono da Divindade: Apoc. 7:17.
Obs.: a) Há um só trono, tanto para Deus como para o Cordeiro: Apoc. 22:1.
b) Jesus Cristo, o Cordeiro, está assentado no meio do trono, à destra de Deus. Se está à direita e no meio,
há, portanto, uma posição à esquerda. Alguém ocupa tal posição. Quem poderia
ser, senão a terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo?
c) A própria T.N.M., redigida de encomenda para negar a Trindade, nos ajuda a
confirmar o exposto acima: No Salmo 110:1-5 o que se assenta à direita de Jeová
no verso1 é também chamado de Jeová (v. 5)!
F) Mesmas características para os três:
a) Somos: - Templos de Deus: I Cor. 3:17; - Templos do Espírito: I Cor. 6:19; -
Morada de Cristo: Gál. 2:20.
b) Quem nos dá a vida eterna? - Deus, o Pai: I João 5:11; - O Espírito Santo:
Gál. 6:8; - Jesus: João 10:28.
c) Contra quem pecamos? - Contra Deus, o Pai: Deut. 6:16; - Contra o Espírito
Santo: Atos 5:4, 9; - Contra Jesus Cristo: I Cor. 10:9 (cf. v. 4).
5. A tríplice operação e essência do Divino Ser:
A) Criação do Universo: a) Pai: Sal. 102:24, 25; b)
Filho: Col. 1:16; c) Espírito Santo: Gên. 1:1, Jó 26:13.
B) Criação do homem: a) Pai: Gên. 2:7; b) Filho: Col. 1:16, João 1:3; c)
Espírito Santo: Jó 33:4.
C) A morte de Cristo: a) Pai: João 3:16; b) Filho: João 10:17 e 18; c) Espírito
Santo: Heb. 9:14.
D) Ressurreição de todos: a) Pai: João 5:21; b) Filho: João 5:21; c) Espírito
Santo: Rom. 8:11.
E) Concessão de autoridade: a) Pai: II Cor. 3: 5, 6; b) Filho: I Tim. 1:12; c)
Espírito Santo: Atos 20:28.
F) Deus no íntimo: a) Pai: Efés. 4:6; b) Filho: Col. 1:27; c)Espírito Santo: I
Cor. 6:19.
G) Santificação: a) Deus opera: I Tess. 5:23; b) O Espírito opera: I Cor. 6:11;
c) Jesus Cristo santifica: Heb. 2:9-11.
III - O
Misterioso “Anjo de Jeová”
1. A) “Anjo”, em hebraico maleq; em grego ággelos = mensageiro. (Ver
Juízes 2:1).
B) Deus enviaria Seu anjo para acompanhar o povo:
Êxo. 23:20; cf. Juízes 2:1-5.
Obs.: A identidade desse anjo não deixa dúvidas de que era Cristo, o enviado (ággelos) de Deus: I Cor. 10:4; João
14:24.
C) O próprio Jeová aparece como um anjo: Gên.
16:9-13; 18:1-3, 22, 27, 30-33.
Obs.: a) Ele inicialmente é descrito como o “anjo de Jeová”, e posteriormente
como o próprio Jeová. Ver também Juízes 6:11-22 (o anjo é chamado de Senhor, “Adonai”, em 6:13, e de Jeová em 6:14,
24).
b) Em Gênesis 18:1 e 2 Deus aparece a Abraão na forma de três homens (ou anjos)
no v. 3. Quando os três homens respondem, o episódio é descrito
intercaladamente como “eles” falando (v. 9) e “Jeová” falando (v. 13). Quando dois
dos três se retiram para visitar Ló em Sodoma, Abraão continua a chamar o que
com ele permanece de Jeová, mas Ló se dirige aos outros dois como “Jeová” (Gên.
18:22, 28 e 19:1, 18-22); Cf. I Cor. 13:12.--Estudo por David Reed.
D) Dois Jeovás? Gên. 19:24.
Obs.: O Jeová embaixo envia fogo e enxofre “da parte de Jeová” no alto, desde
os céus (vs. 18 a 22).
E) Jeová é Deus: Gên. 22:11-18.
Obs.: O Jeová na Terra fala da fidelidade de Abraão que não negou seu filho a
Ele, Deus (Elohim).
F) Deus, Jeová e o anjo: Êxo. 3:2, 4, 6, 14, cf. Atos 7:35-38.
Obs.: Diz o livro Santificado
Seja o teu Nome, pág. 247: “Moisés viera a estar entre a ‘congregação de
Israel’ no deserto de Sinai, ocasião em que recebeu os oráculos sagrados de
Jeová Deus. (Atos 7:37, 38)”.
G) O “Príncipe do Exército de Jeová”: Josué 5:13 a 6:2 (comparar com Mat.
14:33); João 9:38 (cf. Mat. 4:10); Heb. 1:6.
Obs.: a) Era o próprio Jeová, que podia ser adorado, assim como o próprio
Cristo foi.
b) Se fosse um mero anjo, não poderia ser adorado, de acordo com Apoc. 19:10.
c) A T.N.M. em várias passagens evita a tradução “adorar”com respeito a Jesus
Cristo, mas não teve como fazê-lo em Heb. 1:6. Também Apoc. 5:13, 14 tanto o
“que está assentado sobre o trono”, como o “Cordeiro” recebem idêntica adoração
e homenagem.
H) O Anjo que perdoa pecados: Gên. 18:23-26; Êxo. 23:20, 21.
Obs.: Só Deus perdoa: Isa. 43:11; Mar. 2:7; Mat. 9:2.
I) O anjo (varão) que abençoa: Gên. 32:24.
Obs.: Os filhos de Israel não comem certo nervo da coxa porque “Ele tocou na
concavidade da articulação da coxa de Jacó”. (vs. 32-T.N.M.). Quem é “Ele”? É o
Deus referido no vs. 30 com quem Jacó lutou, apresentando-Se-lhe como um varão.
J) Miguel, o “anjo de Jeová”: Zac. 3:2-T.N.M., cf. Judas 9.
Obs.: A “Sociedade” sempre reconheceu que Miguel é Cristo. Ver Cumprir-se-á, Então, O Mistério de Deus,
pág. 306 (§ 25).
L) CONCLUSÃO: Este “anjo de Jeová” não é outro
senão Aquele que Se fez Filho do homem, o único mediador entre Deus e os
homens. Não obstante, a Bíblia O identifica claramente como o próprio Jeová
(comparar Judas 9 com Zacarias 3:1, 2 e Gên. 22:15, 16).
IV - Jesus é
Jeová
1. Jeová, o Salvador:
A) Esclarece o Seja Deus Verdadeiro: “O nome Jesus . . . é apenas a forma abreviada do nome
hebraico Je-hoshua, o
qual significa Jeová é o Salvador”.
-- Op. Cit., pág. 29.
B) Comparem-se os seguintes textos (usar T.N.M. para o Velho Testamento):
a) João Batista, o precursor de Jeová: Isa. 40:3 com Mat. 3:3 e Luc. 1:76.
b) A pedra de tropeço que esmaga: Isa. 8:13-15 com Luc. 20:17, 18.
c) “O primeiro e o último”: Isa. 44:6 e 48:12, com Apoc. 1:17, 18 e 2:8.
d) Jeová virá trazendo o Seu galardão: Isa. 40:10 com Apoc. 22:6, 7 e 12.
e) Todo joelho se dobrará ante o Juiz: Isa. 45:21, 23 com Rom. 14:10-12; II
Cor. 5:10; Filip. 2:10, 11.
Obs.: O capítulo 45 de Isaías refere-se à pessoa de Cristo, pois a descrição
dEle no Novo Testamento corresponde à que o capítulo de Isaías apresenta:
comparar Isa. 45:7, 12, 18, 21 e 22 com João 1:3; Col. 1:16, 17 e Atos 4:12.
f) Olharão a Jeová “a quem traspassaram”: Zac. 12:4 e 10, com João 19:37.
g) O preço (salário): 30 moedas de prata-Zac. 11:11-13, com Mat. 26:15 e
17:1-10.
h) “Jeová, justiça nossa”: Jer. 23:5, 6 com I Cor. 1:30, 31 e Jer. 99:23, 24.
i) Levou cativo o cativeiro: Sal. 68:17, 18 com Efés. 4:7-10.
Obs.: Paulo claramente aplica tais palavras a Cristo. Segundo a T.N.M., “o
próprio Jeová chegou de Sinai ao lugar santo” (Sal. 68:17b). Conforme Atos
7:38, no Sinai esteve o “anjo” que, como visto no Subt. anterior, refere-se a
Cristo.
j) O Alfa e o Ômega: Apoc. 1:8 com Apoc. 22:11, 13, 16.
2. Identidade divina de Jesus:
A) Jesus tratado como Jeová: comparar Sal. 102:22 e
25-28 com Hebreus 1:10-12.
Obs.: Neste salmo, a referência a Jeová é óbvia (ver ainda 102:1). Heb. 1:8, 9
indica referir-se ao Filho.
B) O Jeová aguardado: Isa. 25: 8, 9.
Obs.: Quem é o aguardado, a não ser Jesus? Tito 2:13.
C) “Senhor meu e Deus meu”: João 20:28.
Obs.: A palavra “Senhor” deveria aqui ser Jeová, pela sistemática da T.N.M. No
original é a mesma palavra que em Heb. 13:6 e Apoc. 4:11 foi traduzida por
Jeová.
D) O poder de perdoar pecados: Luc. 7:47.
Obs.: a) Pecado-“transgressão da lei” de Deus (I João 3:4). Um pecador é alguém
que se afastou de Deus e está sob condenação divina (Isa. 59:2; Rom. 3:23-26).
b) Só Deus poderia perdoar quem praticou ofensas contra Ele. Cristo, porém,
dispõe dessa autoridade porque nEle habita corporalmente “toda a plenitude da
Divindade”: II Cor. 5:18, 19; Luc. 7:48, 49; Col. 2:9.
E) Estêvão orou a Cristo para que recebesse o seu espirito. E a Bíblia diz que
“o espírito volta para Deus que o deu” (Ecles. 12:7).
Obs.: Em João 14:14 o original grego reza: “Se alguma coisa de Mim pedirdes, no Meu nome, Eu
o farei”. Orar a Jesus é perfeitamente aceitável. A última oração da Bíblia é a
Ele dirigida: Apoc. 22:20.
F) “Eu sou”: João 8:58.
Obs.: a) Jesus defendeu Sua pré-existência aplicando-Se a mesma expressão
referente a Jeová no Velho Testamento: Comparar Êxo. 3:14 com João 8:58
(Almeida).
b) O resultado dessa Sua declaração foi que os judeus tentaram apedrejá-Lo
porque entenderam bem
o que Ele quis dizer com aquela expressão (ver vs. 59).
c) A Torre de Vigia busca contornar essa clara evidência da divindade de Jesus
Cristo, traduzindo ego eimi (“eu
sou”) de João 8:58 por “eu tenho sido”, o que não está correto segundo os
originais gregos. Buscam evitar o cotejo desses dizeres com o “Eu sou” de Êxo.
3:14.
d) Em João 5:18 lemos que Jesus não só violava o sábado, como Se fazia igual a
Deus. Pela estreiteza da religião hebraica pós-exílica, de rígido monoteísmo e
rígidas regras legais quanto ao sábado, eles consideravam violação do sábado o
curar nesse dia, e uma blasfêmia Cristo igualar-Se a Deus. Mas Ele realmente
não violava o mandamento do sábado da lei divina, corretamente interpretada, e
sim o estabelecido pela tradição deles. Tampouco blasfemava fazendo-Se igual a
Deus, embora assim interpretassem os ultrazelosos judeus que O rejeitavam como
o prometido Messias.
e) Embora traduzam João 8:58 como “eu tenho sido”, outros textos em que a
expressão ego eimi aparece
são traduzidas corretamente como “eu sou” na T.N.M.: João 10:7, 9, 11, 14, etc.
f) Na Kingdom Interlinear
Translation [Tradução Interlinear do Reino, que tem o texto grego
reproduzido com tradução literal, palavra por palavra, sob o mesmo], editado
pela Torre de Vigia, a tradução aparece corretamente “eu sou” junto à
transcrição do grego. Contudo, ao lado, no texto em inglês corrido, a tradução
é diferente: “eu tenho sido”. Por que tal incoerência?
g) A Versão LXX (Setuaginta, do hebraico para o grego), traz várias passagens
em que Deus fala “Eu sou” são traduzidas para [i]ego eimi, como em Gên. 17:1;
Sal. 35:3; Isa. 43:10-13, etc.
G) O único bom: Marcos 10:18.
Obs.: a) NEle nada havia de mau ou errado: João 8:46; I Pedro 2:21, 22.
b) Era o “Bom Pastor”: João 10:11, 14.
c) Aceitava o título de Deus como Seu, legitimamente: João 20:28; Heb. 1:8 e
10; João 1:1.
H) Somos testemunhas de Jesus agora: comp. Isa. 43:10 com Atos 1:8; 13:21; 9:5,
15.
Obs.: No passado, Deus buscava a salvação de Seu povo para, por meio dele,
salvar o mundo (Isa. 45:22, cf. João 12:32). Cristo cumpriu exatamente tal
papel, pois era “Emanuel-Deus conosco”. Assim, devemos ser agora Suas
testemunhas perante o mundo.
I) Melquisedeque comparado a Cristo: Heb. 7:3.
Obs.: Desse personagem é dito que não teve “princípio de dias”. Assim, Cristo é
“Pai da eternidade” (Isa. 9:6).
J) Todos os deuses e anjos recebem ordem de adorar a Jesus: Sal. 97:6, 7, cf.
Mat. 4:10; Heb. 1:6; Apoc. 5:8, 13, 14; Filip. 2:10, 11; Luc. 24:52.
Obs.: a) Censurando os judeus Jesus disse que se seus juízes pecadores e
falíveis eram chamados deuses, com maior razão Ele, totalmente isento de
pecado, poderia reivindicar ser o Filho de Deus: João 10:34-38.
b) Os judeus que eram “deuses” (João 10:34, 35) não poderiam receber idêntico
tratamento. Portanto, não podem ser comparados com Cristo, “o Deus unigênito
que está no seio do Pai”. Ele era um com o Pai, pois disse: “O Pai está em Mim
e Eu Nele”. João 10:30, 31, 33 e 38.-EU E O PAI SOMOS UM.
c) Alegar que se deve interpretar João 10:30, “Eu e o Pai somos um”, à luz de
João 17:22, 23 (os discípulos serem um, como Cristo e o Pai são um) não faz
sentido. São episódios diferentes, e as palavras de Cristo em cada caso têm
finalidades e efeito diferentes. Basta examinar os respectivos contextos.
Cristo é um com o Pai em essência (João 10:30) e também em intenções,
propósitos, etc. (João 17:22, 23). Os discípulos não podem ser um em essência,
mas serão um em propósitos, intenções como o Pai e o Filho o são.
d) A reação dos judeus ao Jesus declarar-Se um com o Pai é significativa (v.
31). Foi semelhante à reação deles quando pronunciou o “Eu sou” (cf. este § no
tópico E, acima).
3. Profecias Messiânicas:
A) Emanuel, Deus conosco: Mat. 1:23.
B) “Deus forte” ou “poderoso”: Isa. 9:6, cf. Isa.
10:21, onde Jeová é também chamado de “Deus forte” (ver T.N.M.). Ver ainda Jer.
32:18.
Obs.: a) Jeová é o “Deus forte”: Apoc. 18:8, T.N.M.
b) Se o “Deus poderoso” (Isa. 9:6) é outro, não Jeová, isso entraria em
contradição com Isa. 43:10b.
C) O que salva o povo: Comparar Isa. 43:11 com Mat.
1:21.
Obs.: Ele, o Deus conosco, o único “Deus Poderoso” que é Jeová dos exércitos
salvará o Seu povo dos seus pecados. Ele, Jesus, é o Jeová salvador.
D) “Pai da Eternidade”: Isa. 9:6.
Obs.: Sendo “Pai da eternidade”, esta não pode ser maior do que Ele, seu pai.
E) A vitória sobre os inimigos: Sal. 110:1-6 (ver
T.N.M.).
Obs.: a) Se o Senhor está à direita de Jeová, então Jeová estará à esquerda do
Senhor. Contudo, o v. 5 diz que “o próprio Jeová, à tua direita . . .” (T.N.M.)
o que implica em que o que está à direita (o Senhor) também Se chama Jeová (ver
Subt. III, D).
b) O que despedaça os inimigos e executa julgamento entre as nações, segundo o
Novo Testamento, é o próprio Cristo: Apoc. 19:11-21; II Cor. 5:10.
V - A
Deidade do Espírito Santo
1. Características e qualidades que indicam
personalidade:
A) O Espírito é volitivo, tem querer e
determinação: Rom. 8:27.
B) É agente (parakletos),
ou seja, consolador, advogado, instrutor, guia, amparador, representante: João
14:16, 26; 15:26; 16:7.
Obs.: Cristo é designado pela mesma palavra parakletos em I João 2:1. Somente duas pessoas poderiam ter
idêntica atribuição. Como comparar assim uma pessoa com uma mera “força ativa”
?
C) É tratado por pronome pessoal: João 16:14; Efés.
1:14.
D) Seu nome é citado entre outras pessoas: Atos
11:28; Mat. 28:19; II Cor. 13:13.
E) É um outro Consolador, isto é, além de Cristo
que também o era: João 14:16.
Obs.: Em grego há duas palavras que são traduzidas por outro: allós (outro de mesma qualidade) e heterós (outro de natureza
diferente, e mesmo contrária [como se dá com o termo “(heterogêneo” (]). Em
João 14:16, o grego traz allós.
F) Tem conhecimento, sabe as coisas divinas: I Cor.
2:11.
Obs.: Nada inferior ao próprio Deus poderia penetrar-Lhe o íntimo.
G) Ensina: Luc. 12:12; João 14:26.
H) Convence: João 16:8; Gên. 6:3.
I) Perscruta: I Cor. 2:10, 11.
J) Pode impedir: Atos 16:6, 7.
L) Concede, permite: Atos 2:4.
M) Administra, distribui: I Cor. 12:11.
N) Fala: Atos 10:19; 13:2; João 16:13; Mat.
10:18-20.
O) Toma decisões: I Cor. 12:11.
P) Guia: João 16:13; Gál. 5:18.
Q) Anuncia: João 16:14, 15.
R) É entristecido: Efés. 4:30.
S) Intercede: Rom. 8:26.
Obs.: Jesus “também intercede”, assim como o Espírito. Só uma pessoa seria comparada
a outra.
T) Chama, procura: Apoc. 22:17; I Cor. 2:10.
U) É resistido e tentado: Atos 7:51; 5:9.
V) Agrada-se: Atos 15:28.
X) Comissiona: Atos 13:2; 20:28.
Z) Pode ser difamado e blasfemado: Mat. 12:31, 32.
2. Prerrogativas divinas do Espírito Santo:
A) É eterno, como Deus: Heb. 9:14.
B) É onipresente, como Deus: Sal. 139:7-10.
C) É onisciente, como Deus: I Cor. 2:10, 11.
D) É criador, como Deus: Jó 33:4; Sal. 104:30.
E) É Senhor (Jeová-T.N.M.), como Deus: II Cor.
3:17, 18.
F) É Recriador, como Deus: João 3:6; I João 5:4.
G) É também Jeová: comparar Jer. 31:33, 34 com Heb.
10:15, 16.
3. Presente, como entidade distinta, no batismo de Cristo: Mat. 3:16, 17.
A) Não poderia, uma mera influência, descer em
forma corpórea.
B) Se o Espírito Santo é apenas a força ativa de
Deus, então João 17:39 significaria em última análise, que Deus não tinha força
ativa na Terra antes da época cristã.
VI - Textos
Irrefutáveis Que Comprovam a Trindade
1. A visão de Isaías:
A) Adonai, Jeová, “Santo, Santo, Santo” (Isa.
6:1-10).
Obs.: a) No v. 8 ocorre a forma plural, “quem há de ir por nós”? Dizer que
Isaías estava ali tendo sua associação subentendida não é correto porque
noutras ocasiões, quando não só o ser humano estava presente, mas até anjos, a
forma permanece no singular: Gên. 18:21, 22.
b) em Gênesis o vocabulário expressa mais de uma pessoa presente, nas palavras nós /desçamos / façamos/ enquanto na visão de Isaías aparecem os três, o que se atesta também pela
tríplice expressão: “Santo, Santo, Santo” .
B) Jeová
estava ali: A visão da glória divina implica logicamente a presença do
próprio Jeová, que é especificamente mencionado no v. 1.
C) Jesus
estava ali: João 12:36-41 revela que “Isaías disse isto quando viu a
glória dEle (a glória de Jesus, conforme o contexto)” .
D) O
Espírito Santo estava ali: Quem o afirma é o apóstolo Paulo, falando
inspiradamente em Atos 28:25-27.
E) CONCLUSÃO: Uma cuidadosa e atenta comparação de
Isa. 6:1-10; João 12:36-41 e Atos 28:25-27 lança luz sobre a doutrina da
Trindade e representa prova inescapável em favor dessa doutrina, mesmo quando
se utiliza a T.N.M., preparada com a intenção de negá-la.
2. O “Shema” e a “Unidade Composta” :
A) A tripersonalidade divina não implica em
triteísmo, mas monoteísmo. Se 1 + 1 + 1 = 3, também 1 x 1 x 1 = 1 (ver este
Est., Subt. III, 1ª).
Obs.: Deut. 6:4, conhecido como Shema: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o
único Senhor”.
B) Comentário erudito de um teólogo abalizado: “No
texto citado [Deut. 6:4], a palavra ‘único’, ou melhor, ‘um’, é echod, e NÃO
INDICA uma ‘unidade absoluta’ em muitas passagens através do Velho Testamento,
e muitas vezes indica a ‘unidade composta’, e isto constitui antes um argumento
em favor da Trindade da Divindade (Jeová). Por exemplo, em Gên. 2:24 está:
‘deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne’. No hebraico
está bosor ECHOD. Por
certo que isto não significa que no casamento os esposos se tornam uma pessoa, mas que se tornam um
na unidade de sua substância e, aos olhos de Deus, são considerados uma pessoa.
Notemos bem que isto é verdadeira unidade, contudo não uma ‘unidade solitária’,
mas uma ‘unidade composta’. Citemos outro exemplo. Os doze espias que Moisés
enviara a Canaã, voltaram trazendo um enorme cacho de uvas (hebr. eschol ECHOD). Núm. 13:23. Ora, desde
que haveria centenas de grãos de uva nesta única haste, por certo não se
tratava de uma unidade solitária ou absoluta, contudo a palavra echod é aí empregada para
descrever o cacho. É conclusivo que as uvas eram consideradas uma no sentido de serem da mesma
origem, o que prova tratar-se de uma unidade composta”--A. B. Christianini, Radiografia do Jeovismo, 1ª edição,
pág. 189.
C) A afirmação de que os que crêem na Trindade
adotam a idéia de que há três pessoas unidas em uma só, com um corpo e três
cabeças, etc., é, pois, falsa e demonstra o desconhecimento do verdadeiro
ensino a respeito da Divindade, conforme sustentado pelos cristãos em geral.
D) Concluindo, citamos o autor Sabatini Lalli: “As Santas Escrituras constituem
a Revelação de Deus. Não nos é possível conhecer TUDO a respeito dessa
Reveleção. Negar certos aspectos dessa Revelação divina, apenas porque não
conseguimos compreender-lhe completa e totalmente o sentido,-como fazem os
‘Testemunhas de Jeová’ que querem explicar tudo-revelaria, de nossa parte, a
mais profunda e crassa ignorância, que temos de nossa própria imitação!”
VII -
Passagens-Chave Deturpadas na “Tradução do Novo Mundo”
1. João 8:58 (ver Subt, IV § 2, E).
2. João 1:1:
A) Na expressão “e o verbo era Deus” a palavra
“Deus” (aparece no original sem o artigo. Isso dá margem às “testemunhas”
(pretenderem que deve ser entendido como “um deus” ou “deus”, grafando a
palavra minúscula para contrastar o Verbo (deus) com Jeová (Deus).
Obs.: a) Contudo, em João 1:19 ambas as expressões “Deus” vêm sem o artigo, e a
T.N.M. traduz corretamente que “ninguém jamais viu a Deus” , e não “a um deus”
ou “a deus”.
b) Se prevalecer a regra do artigo (ou seja, aparecendo o artigo antes--hô théos--refere-se a Jeová; sem o
artigo é um deus, Jesus), então em Mat. 1:23 não há saída para os negadores da
divindade de Jesus, pois em “Emanuel, Deus conosco” a palavra “Deus” (é
antecedida pelo respectivo artigo grego hô. O mesmo se dá em João 20:28, onde Deus aparece com artigo.
c) Os mais competentes gramáticos gregos explicam que a palavra grega théos vem sem o artigo porque no
grego, na posição em que ela aparece, este pode ser dispensado. “O Verbo era
Deus” indica que “Deus” é um qualificativo de “Verbo” que “era [tinha a
qualidade de] Deus”.
d) O livro das “testemunhas”, Revelação-Seu
Grandioso Clímax Está Próximo dá uma explicação esfarrapada sobre
Apoc. 1:17 (Jesus, o Alfa e o Ômega) [pág. 27-rodapé] e simplesmente não
comenta Apoc. 22:13, que se aplica a Jeová, com idêntica linguagem no grego-HO
PROTOS KAI HO ESCHATOS = O PRIMEIRO E O ÚLTIMO. Tem o artigo definido nos três
casos, sem qualquer distinção.
B) Na defesa de suas teses falsas, as “testemunhas”
(chegam a valer-se do condenável recurso da elipse (citação propositadamente
incompleta, dando sentido alheio às intenções do autor, conforme denunciado por
A. B. Christianini, em Radiografia
do Jeovismo, pág. 37 (2ª edição) (comparar com Est nº 4, Subt III): “Num
dos muitos apêndices da Tradução Novo Mundo, em inglês, citam uma reconhecida
autoridade no Grego, o Dr. Robertson, mas nisto revelam falta de lisura. Na
página 776 do Novo Testamento em exame, citando palavras do Dr. Robertson,
‘entre antigos escritores O THEOS era
empregado para designar a religião absoluta, distinguindo-a dos deuses
mitológicos’, deixam propositadamente de citar a sentença seguinte em que o Dr.
Robertson diz: ‘No Novo Testamento, contudo, embora tenhamosPROS TON THEON (João 1:1, 2) é
muitíssimo mais comum encontrarmos simplesmente
THEOS, especialmente nas Epístolas’. E isto destrói todo o castelo de
cartas construído sobre a omissão do artigo! Mais ainda: indica falta de
honestidade mental. Porque o que o erudito Dr. Robertson quis dizer é que os
escritores do Novo Testamento não empregam freqüentemente o artigo com Theos e mesmo assim o sentido é
perfeitamente claro no contexto, ou seja, que significa o Único Deus
Verdadeiro”.
Obs.: Ao que parece, a comissão de tradutores das Escrituras da “Sociedade
Torre de Vigia de Bíblias e Tratados”, que preparou tais comentários, não levou
muito em consideração o que recomenda sua própria publicação Qualificados Para Ser Ministros, pág.
183: “Tende muito cuidado de serdes acurados em todas as declarações que
fazeis. Usai honestamente a evidência. Em citações, não torçais o significado
do escritor ou orador, nem useis somente citações parciais. a fim de dar uma
idéia diferente da que a pessoa pretendia”.
3. Filipenses 2:6-9:
A) Cristo não renuncia a ser Deus. Simplesmente
toma a forma humilhante de servo por ocasião da Encarnação.
Obs.: Ele acrescentou Sua natureza divina à humana, combinando-as numa só
personalidade. Daí ser tanto “Filho do homem” como “Filho de Deus” no Novo
Testamento.
B) A passagem deve ser entendida à luz de seu
contexto.
Obs.: a) Recomendações de Paulo aos crentes: sentir o mesmo (v. 2); considerar
os outros superiores (v. 3) = humildade voluntária a exemplo da de Cristo.
b) Contudo, os crentes assim se humilhando e considerando os demais por
superiores continuam tendo idêntica natureza, iguais ainda quanto ao ser.
c) Na experiência do Verbo, a comparação de Paulo referida acima não faria
sentido, porque se Ele fosse inferior a Deus, automaticamente já O estaria
considerando superior; não teria que humilhar-Se.
d) Sendo Deus, fez-Se servo (mantendo, porém, a natureza divina).
e) Sendo homem, humilhou-se por tornar-se sujeito (mas prosseguindo na forma de
homem durante a submissão e obediência).
f) Sofreu a morte mais humilhante, de cruz-que não deixa de representar uma
morte de idênticos efeitos de qualquer outro tipo de morte mais gloriosa.
C) Palavra-Chave: Harpagmos (“usurpação” ).
Obs.: a) Diz o The Analytical
Greek Lexicon, muito citado em obras da “Sociedade”, que o sentido de
tal palavra é “uma coisa retida com um ávido desejo, ou avidamente reivindicada
e conspicuamente exercida”.
b) Outro livro citado e reconhecido como de valor pela “Sociedade”, o Thayer’s Greek English Lexicon of the New
Testament assim explica Filip. 2:6: “(Cristo Jesus) quem embora
(quando previamente Logos Asarkós [Verbo
Desencarnado]) teve a forma (em que apareceu aos habitantes do Céu) de Deus (O
Soberano, oposto a morfê doulou),
todavia não julgou que essa igualdade com Deus devia ser zelosamente segurada
ou retida”.-- Op. Cit.,
pág. 418, col. b.
c) W. C. Taylor, erudito helenista, explica: “‘Morphê’ significa forma, implicando caráter e natureza
essenciais. Está em contraste com schêma que significa figura, semelhança
exterior e efêmera. Morphêsalienta
a natureza divina e real humanidade de Jesus em Filip. 2:6, 7, e schêma salienta a fase passageira
de Sua humilhação” .
d) No v. 6 o termo usado é morphê (em
forma de Deus), enquanto o v. 7, ao falar em “forma de servo” , o termo que
consta é schêma (pois
se tratava apenas de uma aparência, uma vez que Ele, enquanto servo, tinha
ainda a forma essencial (morphê)
de Deus.
4. Tito 2:13; II Pedro 1:1:
A) Pela regra de Sharp, “Quando a conjunção kai [que corresponde ao nosso
“e”] liga dois nomes do mesmo caso, se o artigo vem antes do primeiro nome e
não é repetido antes do segundo nome, este último sempre se refere à mesma
pessoa descrita no primeiro nome” .
B) Em ambos os versos acima, a T.N.M. desrespeitou
a regra de Sharp, acrescentando “de” que não existe nos originais.
Obs.: Diante de tais deturpações, uma comparação de I João 5:20; Rom. 9:5; Heb.
1:8 da T.N.M. com as demais traduções mostra a falsidade dessa versão produzida
pela “Sociedade” de encomenda para negar a Trindade.
5. Colossenses 1:15-17:
A) A T.N.M. traz palavras apócrifas [outras]
repetidas vezes nestes versos (em edições anteriores da T.N.M. nem sequer
aparecia entre colchetes, como se pode ver em Certificai-vos, ed. 1970, pág. 266).
Obs.: Contudo, em João 1:3, contraditoriamente, não acrescentaram “outras”
antes de “coisas” , como foi feito em Colossenses (ver também Heb. 1:3).
B) Será que os “helenistas” da “Sociedade” não
temem a condenação de Apoc. 22:18 e Prov. 30:5, 6?
6. Hebreus 1:8:
A) A T.N.M., buscando fugir à clara realidade da
referência à divindade de Cristo neste verso, faz uma tradução ridícula,
transformando o Criador em um “trono para sempre”.
B) Na Nova Terra estará o trono “de Deus e do
Cordeiro” (Apoc. 22:1 e 3). Logo, Cristo terá um trono junto a Deus, o que é bem
diferente de ter a Deus como o Seu trono.
7. Passagens em que se fala de adoração prestada a
Jesus (transformada em mero “prestar homenagem”): Mat. 4:8; João 4:24; Apoc.
7:11 e 11: 15, 16.
A) O verbo grego proskuneo nesses textos tem o sentido de “adorar” ,
conforme é usado corretamente em edições mais antigas da T.N.M. nesses mesmos
textos.
B) Contudo, o mesmo verbo proskuneo, quando aplicado a Cristo,
tem seu sentido alterado na Bíblia jeovaísta para “prestar homenagem” : Mat.
2:2, 11; 8:2; 9:18; Mar. 5:6; 15:19; Luc., 24:52; João 9:38.
Obs.: Em Apoc. 5:13 e 14 a mesma honra, louvor e adoração atribuídos a Deus se dirige também ao Cordeiro.
C) Mas, incrível como seja, na T.N.M. proskuneo torna a ter o sentido
de adorar com relação
a um mero anjo, uma divindade pagã e o próprio Diabo!: Apoc. [Revelação] 22:8;
Atos 19:27; Apoc. [Rev.] 13:4; Mat. 4:9; Luc. 4:7.
VIII -
Refutando Objeções
1ª - Não
existe lógica em crer que três “pessoas” formem uma. Qualquer um sabe que 1 + 1
+ 1 = 3. A doutrina da Trindade não tem lógica nenhuma.
Resposta:
A) Quem disse que a lógica humana é o recurso a ser
utilizado para compreender as coisas do Alto? A Bíblia diz que “o homem natural
não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode
entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” . I Cor. 2:14.
B) Segundo as Escrituras, cada uma das pessoas tem os mesmos atributos de
onisciência, onipotência e onipresença (ver Subts. anteriores). Logo, em lugar
de somar 1 + 1 + 1 = 3, deve-se multiplicar 1 x 1 x 1, e o resultado ainda será
1.
2ª - A
idéia trinitária procede de concepções pagãs. Egípcios, hindus e outros povos
que viviam e ainda vivem na ignorância é que mantinham tal idéia.
Resposta:
A) Em nenhum povo pagão, antigo ou moderno, existe
uma concepção da Divindade como exposta pelos cristãos: três pessoas co-eternas
e co-iguais formando uma só Entidade Divina, com seus componentes agindo
independentemente, mas numa unidade de intenções e substância.
Obs.: O que ocorre entre muitos povos pagãos é uma concepção de tríade, geralmente composta de um
deus principal, sua esposa e o filho, o que é muito diferente da Trindade como
entendida pelos cristãos.
B) A idéia das “testemunhas” , insinuando que um
Deus principal e Todo-poderoso criou um Deus secundário (o Deus Poderoso),
sendo este último inferior ao primeiro, é que se aproxima das concepções pagãs quanto
a seus deuses de diferentes poderes.
Obs.: Em ilustrações de suas publicações, às vezes aparece uma divindade de
cabeça múltipla como retratando a crença da Trindade, mas isso jamais refletirá
as concepções cristãs do tema.
3ª - Em
Apoc. 3:14 há a afirmação de que Cristo foi a primeira criatura de Deus e em
Colossenses 1:15 é dito que Ele foi o “primogênito de toda a Criação”, logo, o
primeiro a ser criado.
Resposta:
A) Em Apoc. 3:14, onde Cristo é referido como “o
princípio da Criação de Deus” , deve-se analisar a questão textualmente: a
palavra “princípio” nem sempre tem o sentido de “começo” , podendo ainda
significar “lei que rege alguma coisa” , como qualquer bom dicionário
demonstrará. Também pode significar “teoria” , “preceito” e termos análogos.
Obs.: A multiplicidade de sentidos para a palavra pode ser percebida com o uso
de expressões tais como “princípios éticos” , “princípios de higiene” , etc.
B) No original grego, a palavra para “princípio” em
Apoc. 3:14 (archê) é a raiz da
palavra “autor” de Heb. 12:1. Portanto, pode-se entender perfeitamente que
Cristo é o princípio, ou o autor da Criação de Deus. É o agente da Criação,
como revelado em Col. 1:16; João 1:3, etc.
Obs.: Cristo, como agente da Criação, encerra em Si o princípio que traz à existência
a vida, a partir do nada (ver João 1:14, “a vida estava nEle” ).
C) O fato de ser o “primogênito” não representa que
foi criado em primeiro lugar. Ele também é o “primogênito entre os mortos”
(Col. 1:18) não por ter sido o primeiro a ressurgir, pois antes dEle vários o
fizeram (Lázaro, a filha de Jairo, o menino ressuscitado por Elias, etc.). É
primogênito no sentido de ter a primazia sobre
todas as coisas, conforme o próprio contexto indica: ver Col. 1:18.
Obs.: a) Manassés e Efraim-o mais novo passou a ser o primogênito, tendo
primazia; Jacó e Esaú-- idem.
b) As palavras “arcebispo” e “arquiteto’’ têm prefixo derivado do grego archê, e o sentido claro é de
terem primazia, o primeiro
lugar, não o de serem primeiros em ordem cronológica.
4ª - A
Bíblia nos informa que Cristo foi gerado (Sal. 2:7; cf. Atos 13:33). Qualquer
dicionário indica que “gerar” tem o mesmo sentido de “criar”.
Resposta:
A) Não basta recorrer ao dicionário para entender o
sentido dos termos bíblicos. No caso de primogênito, como vimos, o sentido bíblico é outro. Certos
termos biblicos adquirem outras conotações de sentido, ou têm valor relativo
numa representação simbólica.
B) No Salmo 2:7, de linguagem evidentemente
poética, temos a palavra “gerar” , mas com que significado? Em que momento o
Cristo foi gerado? A que “dia” referia-se Paulo ao falar em “hoje” (Atos
13:33)?
Obs.: a) Alguns comentaristas entendem que essa geração deu-se no momento da
encarnação do Messias no ventre de Maria. Outros acham que foi quando da
Ressurreição. Pensando nisso, Paulo cita as palavras de Davi, dizendo que Deus
cumpriu a nosso respeito as Suas promessas, “ressuscitando a Jesus, como também
está escrito no Salmo segundo” .
b) Em Heb. 5:5, onde se repete a referência do Salmo 2:7, isso se demonstra,
pois Cristo foi glorificado por Deus ao ressurgir dos mortos-ver Filip. 2:9-11.
C) Pode-se objetar que o título “Filho de Deus” foi
dado a Jesus antes de Sua ressurreição, e Ele mesmo o aplicou para Si (Mat.
16:15, 16; João 3:18). Isso parecia indicar que é ao momento de Sua encarnação,
e particularmente à ocasião de Seu nascimento, que Jesus foi designado pela
expressão “Filho de Deus” . O anjo que anunciou a Maria que ela conceberia e
daria à luz o Salvador do mundo, indica que Ele seria chamado “Filho do
Altíssimo” (Luc. 1:31, 32). E quando de Seu batismo, a voz ouvida do Céu O
declarou também Filho de Deus (Mat. 3:17).
Obs.: Como, então, conciliar os dois pontos de vista-o de Paulo, que aplica o
“hoje” do Salmo segundo à Ressurreição do Mestre, e as inequívocas declarações
dos evangelhos que apontam à encarnação ou ao batismo como o tempo em que
Cristo foi “gerado” Filho de Deus? Uma passagem de Paulo lança luz sobre isso,
e nos permite harmonizar aquilo que parece contraditório: Rom. 1:4 diz que Ele
foi “poderosamente demonstrado Filho de Deus, segundo o espírito de
santidade, pela ressurreição dos
mortos”.
D) CONCLUSÃO: Jesus era Filho de Deus no ventre
materno, e ainda por ocasião de Seu batismo e ministério. Contudo, em razão de
Sua ressurreição dentre os mortos, esse título foi proclamado “poderosamente”
diante do Universo. O fato de que o lugar de habitação dos mortos não pôde
retê-Lo em seus laços provam Sua filiação divina.
5ª - Os
textos de João 1:3 e Colos. 1:16 dizem que todas as coisas foram feitas “por
intermédio” de Cristo, e não exatamente por Ele.
Resposta:
A) Se compararmos estas passagens com Isa. 44:24 e
Sal. 33:8 e 9 veremos que Deus estava só ao criar todas as coisas, mas que tudo
criou mediante Sua Palavra, da qual não poderia estar jamais desvinculado.
Obs.: Embora Deus haja, sozinho, criado tudo, Cristo é antes de todas as coisas
e “estava no princípio com Deus” (ver Col. 1:17; João 1:2, cf. Gên. 1:16 e
3:22). Isso somente faz sentido à luz do entendimento da Trindade, não tendo por
base a lógica humana.
B) Vivemos, nos movemos e existimos tanto em Deus como em Cristo: comparar Atos
17:28 com Col. 1:17.
6ª - Prov.
8:22, referindo-se à sabedoria de Deus, que é o Verbo de João 1:1, mostra que
no princípio Deus a produziu.
Resposta:
A) Inúmeras versões bíblicas que não foram feitas
com o intuito de contestar a divindade de Cristo falam que no princípio Deus
“possuía” a Sabedoria.
B) Se Deus não dispunha de Sabedoria antes de
formá-la, seria um Deus imperfeito, incapaz de criar um Universo tão perfeito.
A Bíblia, porém, fala que Ele já possuía a Sabedoria (a segunda pessoa, o
Verbo) antes de Suas obras mais antigas, pois “no princípio” o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus” .
Obs.: Ressalte-se que a linguagem de Provérbios é poética, metafórica.
C) Se o Verbo (a Palavra) que era o instrumento de
Deus para criar todas as coisas (Sal. 33:6, 9; Gên. 1:3, 6, 9, 11, etc.)
inexistiu por algum tempo, teria Deus sido mudo antes de contar com Sua
Palavra?
Obs.: Sem a Palavra, a Divindade não poderia ter trazido à luz o próprio Verbo,
o que inutiliza a falsa idéia de que o Verbo foi criado.
D) A exemplo da Sabedoria e da Palavra, dispunha
Deus, desde a eternidade, de Seu Espírito, ou seja, Sua mente, conforme
demonstra Paulo em I Cor. 2:10, 11.
Obs.: Assim como o homem se conhece a si mesmo pelo seu espírito, o Espírito de
Deus penetra-Lhe o íntimo do Ser, sendo parte integrante da Divindade. Nada
inferior a Deus poderia saber todas as coisas de Deus e perscrutar-Lhe a
intimidade.
7ª - Jesus
declarou que “o Pai é maior do que Eu” , e disse que não sabia certas coisas
que eram do exclusivo conhecimento do Pai (ver João 14:28; Mat. 24:36) .
Resposta:
A) Como Verbo encarnado, Aquele que seria “chamado
Filho de Deus”, Cristo era subordinado ao Pai no propósito de cumprir
cabalmente sobre a Terra a missão a que viera-sofrer a morte em lugar do homem.
B) “Corretamente entendida, a expressão ‘Meu Pai é
maior do que Eu’, encerra uma alta significação, pois somente coisas da mesma
ordem de magnitude ou homogêneas podem ser comparadas. Nenhum homem ou ser
angelical jamais poderia dizer ‘Deus é maior do que Eu; porquanto os criados e
os não-criados são de ordem diferente! . . . Somente Cristo, mesmo como servo,
podia estabelecer comparação com o Pai”.--A. B. Christianini, Radiografia do Jeovismo, 2ª edição,
pág. 167.
Obs.: a) Em Cristo, a Divindade e a natureza humana estavam fundidas, mas não
confundidas. Ele podia falar de dois diferentes ângulos: como Deus
Todo-poderoso e como ente humano. Daí Seu duplo título de “Filho de Deus” e
“Filho do homem” .
b) Ninguém ousaria dizer “eu e Deus” , ou “eu e o Pai” quando referindo-se a
Deus, pois somos humanos mortais. Diz-se normalmente “Deus e eu”, linguagem
mais apropriada. Mas Jesus não titubeou em falar “Eu e Meu Pai’, pondo-Se em
primeiro lugar. João 10:30.
8ª - A
Bíblia assegura que Cristo nada podia fazer de Si mesmo, mas tudo quanto fazia
estava em harmonia com a vontade de Seu Pai e que apenas cumpria aquilo que era
segundo a Sua vontade (João 5:19, 30) .
Resposta:
A) O mesmo Jesus que declarou nada fazer de Si
mesmo, também disse que tinha todo o poder no Céu e na Terra. Mat. 28:18. Jesus
nada fazia de Si mesmo, não porque não
podia, mas porque, para os propósitos do plano da salvação, não devia. A Sua comida era fazer a
vontade dAquele que O enviou (João 4:34). Ele poderia ter escapado à cruel
morte no Calvário, mas sendo que isso representaria a renúncia ao plano de
salvação, preferiu submeter-Se à vontade soberana da Divindade: cf. Mat. 26:39.
B) O próprio contexto da passagem de João 5:19
indica que tudo quanto o Pai realiza, “o Filho o faz igualmente” ,
considerando-Se, portanto, tão poderoso quanto o Pai.
C) A expressão “Filho de Deus” (na concepção
judaica equivalia a fazer-se igual a Deus (ver João 5:18). Diz uma autoridade
em hebraico: “Os judeus, de acordo com o uso hebraico da palavra, tiveram razão
ao compreender que a pretensão de Jesus em ser o ‘Filho de Deus’ era
equivalente a afirmar que era igual
a Deus, ou simplesmente Deus”.-- A Trindade, L. Boettner, pág. 65.
9ª - O “Espírito” não pode ser
uma pessoa, pois a Bíblia fala em “derramar o ‘Espírito’”, “encher-se do
‘Espírito’” , etc. Como se poderia derramar uma pessoa ou encher-se dela?
Resposta:
A) O fato de o “Espírito” (ser derramado não serve
como prova de que não seja uma personalidade, ou “pessoa” . O termo “pessoa” ,
empregado com referência à Divindade, denota a pobreza do vocabulário humano
para referir-se às coisas do Alto, tendo, pois, mero valor comparativo (ver
Subt. II, § 2).
B) Podemos indagar também: É Cristo uma pessoa, de
personalidade própria? Admitirão as “testemunhas” que sim. Então, novamente
perguntamos: como podemos “revestir-nos” de Cristo, segundo Paulo recomenda?
Ora, seria possível revestir-nos de uma pessoa? Cristo não Se parece com
nenhuma peça de tecido . . . (Gál. 3:27).
C) A própria Tradução Novo Mundo reproduz as
palavras de Paulo ao dizer, “já estou sendo derramado” (2 Tim. 4:6). Ora,
indiscutivelmente Paulo era uma pessoa. . .
D) Satanás, que é uma “pessoa” , uma personalidade,
pode entrar noutra pessoa, como no caso de Judas: João 13:27.
E) CONCLUSÃO: Assim como podemos encher-nos do
Espírito, podemos revestir-nos de Cristo, e também o Espírito Santo pode ser
“derramado”, como a T.N.M. diz ter sido o apóstolo Paulo.
10ª - Antes de “Espírito” não há
artigo no original grego. Isso prova que não se trata de uma pessoa, mas de uma
mera força ativa de Deus (cf. I Cor. 5:3-5) .
Resposta:
A) A mania de exigir sempre a colocação de artigo para indicar tratar-se de uma
pessoa, e não uma coisa, é absurda. Em Col. 2:2 Cristo é referido, e não há
artigo antes da referência a Ele.
Obs.: O texto em grego reza: “Eis
epignosin tou mysteriou tou theou, Christou”--pleno conhecimento de
Deus, Cristo” .
B) A analogia com o “espírito” de Paulo em I Cor.
5:3-5 não tem validade, pois o apóstolo fala figuradamente.
Obs.: O seu “espírito” ou seja, seus pensamentos, sentimentos ou interesse pelo
caso, que deviam ser levados em conta, uma vez que ele já tomara uma
decisão-“já julguei como se estivesse presente” ([v. 3], seria lembrança dele,
e não uma “força ativa” (do apóstolo, presente à reunião.
C) Em Atos 15:28, por outro lado, ao Espírito
“pareceu bem” , na tomada da decisão durante o Concílio de Jerusalém. O v. 8
diz que Deus lhes dera o Espírito Santo, e com o Espírito presente à reunião é
que chegaram a um consenso.
Obs.: No caso do “espírito” presente de Paulo (durante sua ausência física), os
crentes apenas uniram a decisão deles à já tomada pelo apóstolo como se ele próprio
estivesse na reunião que julgaria o caso, sendo que de antemão já conheciam sua
opinião.
Subsídios
Adicionais Para o Estudo do Tema da Divindade
Caro Osvaldo: Estive relendo este seu e-mail sobre
João 8:58 (e 59) e há mais algumas reflexões a respeito:
1o.) O assunto da discussão não é a idade de
Cristo, e sim Ele defendendo Sua Messianidade. Só o fato de dizer que era
pré-existente a Abraão já demonstra que Ele está Se referindo à Sua condição de
Quem veio do Alto com uma missão especial--Ele se fez carne, e se fez Filho (no
Velho Testamento não há essa noção de Deus ter um Filho). Ele também diz que
Abraão viu o Seu dia e se alegrou, uma declaração por demais significativa e
que prova indisputavelmente a intenção da discussão.
2o.) O fato de Jesus ser submisso ao Pai é apenas
uma indicação de Sua humilhação como Servo sofredor, o Messias, o Verbo que se
fez carne e habitou entre nós. Mas "o Verbo era Deus" (Jo. 1:1). A
tradução das TTJ deste verso tem por base um entendimento errado das regras do
grego original, como fica demonstrado num dos materiais que lhe mandei.
3o.) O ponto culminante, e que provocou a ira dos
judeus, foi Ele ter-Se confessado como o "Eu sou" de Êxodo 3:14.
Aliás, você mesmo nos dá munição para comprovar isso ao citar outras versões
que ajudam ainda mais a perceber esse fato. Assim, transcrevo das próprias
palavras de sua mensagem:
1869: "Desde antes de Abraão existir, eu tenho
existido." The New Testament, de G. R. Noyes.
1935: "Eu já existia antes de Abraão
nascer!" The Bible-An American Translation, de J. M. P. Smith e E. J.
Goodspeed.
1965: "Antes de Abraão ter nascido, eu já era
aquele que eu sou." Das Neue
Testament, de Jörg Zink. [Compare com Êxo. 3:14].
1978: "Antes de Abraão nascer, já eu era
aquele que [Eu] sou." O Novo
Testamento, Interconfessional. [Compare com Êxo. 3:14]
1986: "Antes de Abraão vir à existência, eu
tenho sido." -- Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. Errada,
pois no grego é "ego eimi", corretamente traduzida na Kingdom Interlinear Translation da
Torre de Vigia como "I am" (eu sou).
Também é interessante que um dos temas que levantou
foi do nome divino IHVH. Bem, estas são apenas quatro consoantes. O que se pode
fazer com quatro consoantes impronunciáveis? Sabia que o livro Santificado Seja o Teu Nome, das TTJ,
declara que a pronúncia Jeová deriva da tradição católica-romana? Foi um
sacerdote católico que inventou esse nome, usando as vogais de Adonai em conexão com o tetragrama.
Portanto, é pura tradição, e as TTJ são induzidas a respeitarem esse nome e o
proclamarem por todo o mundo, etc., só que estão proclamando uma tradição
católica!
Em sua introdução, a Kingdom Interlinear Translation admite que
"Yahweh" [ia'rrueh] seria uma pronúncia mais exata. Então, por que
não adotam a que é mais exata, em vez de ficarem com a tradição católica?